Equipe médica em sala cirúrgica monitorando parâmetros cardiovasculares de paciente durante cirurgia não cardíaca, com telas exibindo ECG e sinais vitais.

Manejo Cardiovascular Perioperatório: Uma Atualização Baseada em Diretrizes para Cirurgias Não Cardíacas

Alpert, J. S. (2025). Perioperative cardiovascular management for patients undergoing noncardiac surgery: Guideline updated. The American Journal of Medicine, Online ahead of print. https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2024.12.015.

📜 Resumo e Questões Estimulantes

Resumo

Este artigo revisa as diretrizes atualizadas da American Heart Association (AHA) e outras sociedades médicas sobre o manejo cardiovascular perioperatório em pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas. O foco está em intervenções baseadas em evidências, cuidado multidisciplinar e personalização para minimizar riscos e otimizar resultados.

Questões Estimulantes

  1. Quais os principais avanços nas recomendações para manejo cardiovascular perioperatório?
  2. Como implementar uma abordagem multidisciplinar para pacientes de alto risco?
  3. Quais ajustes são necessários em medicamentos cardiovasculares no período perioperatório?

🗝️ Descomplicando os Conceitos Principais

Introdução

O manejo cardiovascular perioperatório é um componente crítico para pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas. Este artigo aborda as principais mudanças nas diretrizes de 2024, com recomendações práticas para melhorar os desfechos.

Dimensões do Tema

  • Triagem Pré-operatória: Uso criterioso de testes e intervenções para evitar atrasos desnecessários.
  • Cuidados Multidisciplinares: Integração de equipes médicas para casos complexos.
  • Ajustes Medicamentosos: Modificações baseadas no perfil de risco e tipo de cirurgia.

Considerações Práticas

Tabela Resumindo Estratégias Perioperatórias Cardiovasculares

EstratégiaDescriçãoAplicação Clínica
Triagem Pré-operatóriaIdentificação de risco cardiovascular com base em critérios consistentes e evidências.Evita testes desnecessários e otimiza recursos.
Testes de EstresseIndicados apenas para pacientes de alto risco.Reduzem custos e intervenções desnecessárias.
Cuidado MultidisciplinarCoordenação entre cardiologistas, anestesistas e cirurgiões.Garante planejamento perioperatório adequado para casos complexos.
Ajustes de MedicamentosPausa de anticoagulantes e ajuste de beta-bloqueadores e inibidores de SGLT2.Reduz riscos como cetoacidose e complicações hemorrágicas.
Monitoramento de TroponinaAvaliação de lesão miocárdica pós-operatória.Detecta eventos adversos e guia intervenções.
Gerenciamento de Fibrilação AtrialControle de ritmo e anticoagulação perioperatória para evitar AVC.Necessita abordagem individualizada dependendo do risco de sangramento.
Uso de EcocardiografiaRecomendado apenas em pacientes instáveis ou com complicações cardiovasculares.Evita exames desnecessários em casos de baixo risco.
Controle de DiabetesContinuação de metformina e avaliação de hemoglobina A1c antes da cirurgia.Previne complicações metabólicas perioperatórias.

Figuras retiradas do artigo fonte: veja mais

Figura 1. Abordagem gradual para avaliação cardíaca perioperatória.

Figura 2. Tratamento de pacientes com estenose aórtica grave que requerem cirurgia não cardíaca eletiva ou com tempo limitado.

Figura 3. Pacientes com CIEDs transvenosos.

Figura 4. Pacientes com dispositivos não transvenosos.

Figura 5. Momento ideal para NCS eletivo ou sensível ao tempo para PCI anterior que requer gerenciamento de DAPT

Figura 6. Avaliação de uma troponina anormal obtida para vigilância pós-operatória. Presume um aumento e queda da troponina consistente com lesão miocárdica aguda. A troponina pode ser medida usando um ensaio convencional de quarta geração ou de alta sensibilidade. †A lesão miocárdica não isquêmica abrange embolia pulmonar, sepse, insuficiência cardíaca descompensada aguda ou acidente vascular cerebral agudo.

Direções Futuras

  • Personalização Avançada: Incorporar inteligência artificial para prever riscos cardiovasculares.
  • Educação Médica: Treinamento contínuo para integrar diretrizes atualizadas na prática clínica.
  • Medicina Multidisciplinar: Expandir a colaboração entre especialidades para manejo de casos de alto risco.

🆚 Análise Comparativa com Fontes Externas

AspectoArtigo AtualFontes Externas
Triagem Pré-operatóriaEnfatiza a aplicação de critérios consistentes para evitar sobrecarga de testes.A diretriz 2024 AHA/ACC/ACS/ASNC/HRS/SCA/SCCT/SCMR/SVM destaca triagem baseada em estratificação de risco (Leia mais).
Uso de Beta-BloqueadoresSugere ajustes cuidadosos para evitar complicações perioperatórias.Revisão de 2014 mostra que o uso indiscriminado pode aumentar mortalidade (Leia mais).
Controle de Diabetes PerioperatórioAborda manejo de glicemia para prevenir complicações cardiovasculares.Estudo de Lin et al. (2024) correlaciona hiperglicemia de estresse com aumento de eventos cardiovasculares (Leia mais).
Monitoramento de BiomarcadoresRecomendado para pacientes de alto risco após cirurgia.Revisões indicam elevações de troponina como preditores confiáveis de pior prognóstico (Leia mais).
Estratégias Baseadas em IADiscutidas como futuras direções para triagem e manejo personalizados.Shen et al. (2024) destacam o uso de modelos preditivos baseados em IA para eventos cardiovasculares (Leia mais).

❌ Fact Check

  1. Alegação: Ecocardiografia é necessária para todos os pacientes perioperatórios.
    • Fato: Apenas recomendada em casos de instabilidade cardiovascular ou complicações esperadas.
    • Fonte: Leia mais.
  2. Alegação: Todos os pacientes devem pausar anticoagulantes antes da cirurgia.
    • Fato: Apenas pacientes com risco significativo de sangramento, com reintrodução planejada no pós-operatório.
    • Fonte: Leia mais.
  3. Alegação: O uso de beta-bloqueadores deve ser iniciado antes de qualquer cirurgia.
    • Fato: Não iniciar em pacientes perioperatórios sem histórico prévio devido ao risco de complicações.
    • Fonte: Leia mais.

🔍 Perspective Research (Visões Diversificadas)

  1. 2024 – “AHA/ACC Guideline on Perioperative Management”
    • Descrição: Diretrizes abrangentes para manejo cardiovascular perioperatório, destacando triagem, manejo medicamentoso e uso de biomarcadores.
    • Leia mais.
  2. 2024 – “Stress Hyperglycemia and Cardiovascular Risk”
    • Descrição: Estudo relacionando hiperglicemia de estresse com aumento de eventos cardiovasculares perioperatórios.
    • Leia mais.
  3. 2024 – “Machine Learning in Cardiovascular Risk Prediction”
    • Descrição: Desenvolvimento de modelos baseados em aprendizado de máquina para prever eventos cardiovasculares em pacientes com doença coronariana estável.
    • Leia mais.
  4. 2018 – “Effects of Perioperative Statins on Outcomes”
    • Descrição: Meta-análise sobre o impacto de estatinas em complicações perioperatórias.
    • Leia mais.
  5. 2016 – “Perioperative Diastolic Dysfunction and Risk”
    • Descrição: Meta-análise ligando disfunção diastólica perioperatória a eventos cardiovasculares.
    • Leia mais.

Conclusão e Recomendações

Conclusão Geral

As diretrizes atualizadas para manejo cardiovascular perioperatório oferecem uma abordagem prática e baseada em evidências para melhorar desfechos em pacientes de alto risco. O foco em cuidado individualizado e multidisciplinar continua sendo crucial.

Recomendações Práticas

  • Para Profissionais: Implementar triagem rigorosa e monitoramento de biomarcadores perioperatórios.
  • Para Pesquisadores: Ampliar estudos em populações sub-representadas, como idosos frágeis.
  • Para Gestores: Promover treinamentos sobre diretrizes atualizadas para equipes médicas.

📋 FAQ: Perguntas Frequentes

1. Todos os pacientes perioperatórios devem ser submetidos a testes de estresse?
Não. Testes de estresse são recomendados apenas para pacientes de alto risco cardiovascular.

2. Como manejar anticoagulantes antes da cirurgia?
Deve-se pausar anticoagulantes com planejamento cuidadoso para reinício no pós-operatório, dependendo do risco de sangramento.

3. Quais medicamentos devem ser ajustados antes da cirurgia?
Inibidores de SGLT2 devem ser descontinuados 3-4 dias antes da cirurgia, enquanto beta-bloqueadores existentes devem ser mantidos.


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